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Tarifaço atinge agronegócio de 16 cidades do Ceará após exportação de R$ 350 milhões aos EUA

Depois da Capital, Paraipaba é a cidade mais impactada; veja lista

por gazetalitoranea.com.br
26 visualizações Paloma Vargas / Diário do Nordeste
Tarifaço atinge agronegócio de 16 cidades do Ceará

Pelo menos 16 municípios do Ceará terão seu setor do agronegócio fortemente impactado com a entrada em vigor da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos.

O levantamento é do Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e leva em consideração três categorias. São elas: pescados; cera de carnaúba; e água de coco, castanha, mel e melão.

Ao todo, essas cidades somaram pouco mais de US$ 64,7 milhões em exportações, este ano, desses seis itens. O valor equivale a aproximadamente R$ 350 milhões, conforme a cotação da última quinta-feira (7).

Fortaleza é o município mais impactado em questão de valores, totalizando US$ 17 milhões exportados no primeiro semestre deste ano. A cidade engloba três categorias. No pescado, é a primeira, com quase US$ 9 milhões de produtos exportados para os EUA.

Na categoria água de coco, castanha, mel e melão, está em terceiro lugar em um ranking que apresenta os 10 municípios mais impactados com o tarifaço de Donald Trump, com cerca de US$ 6 milhões. Já na cera de carnaúba, é a quarta de cinco cidades que mandam esse produto para o país norte-americano.

Conforme o professor Francisco José Tabosa, do Departamento de Economia Agrícola da Universidade Federal do Ceará (UFC), diferente dos outros municípios em que há a produção dos itens, Fortaleza é diretamente impactada por ter as indústrias de beneficiamento instaladas em seu território.

“A taxação tem um impacto no município de origem do produto, mas também na empresa de beneficiamento. É daí que vai para exportar. O coco, por exemplo, inegavelmente, a produção é da região de Paraipaba. Mas vai ter indústria de beneficiamento em Fortaleza, em Itapipoca. Então, as medidas afetam a cadeia toda”, explica.

Valores consolidados por município

(1º semestre de 2025)

  1. Fortaleza: US$ 17.076.373
  2. Paraipaba: US$ 8.591.267
  3. Aquiraz: US$ 6.990.458
  4. Aracati: US$ 6.187.947
  5. Camocim: US$ 6.154.938
  6. Acaraú: US$ 5.391.458
  7. Itarema: US$ 3.795.844
  8. Crato: US$ 2.614.350
  9. Eusébio: US$ 2.599.415
  10. Russas: US$ 2.379.433
  11. Icapuí: US$ 1.671.247
  12. Itapipoca: US$ 288.414
  13. Marco: US$ 197.100
  14. Pereiro: US$ 180.114
  15. Juazeiro do Norte: US$ 103.682
  16. Palhano: US$ 94.394

Maiores valores exportados estão na água de coco, castanha, mel e melão

Até junho de 2025, 49% das exportações cearenses de água de coco, castanha, mel e melão tiveram como destino os Estados Unidos, totalizando US$ 32,9 milhões.

Melão foi um dos produtos mais exportados para os EUA no primeiro semestre de 2025 – Foto: Natinho Rodrigues

Nesse contexto, o município de Paraipaba é o segundo do Ceará mais impactado por conta dos coqueirais, com um valor exportado de US$ 8,5 milhões no primeiro semestre. Diferente de Fortaleza, que tem participação nas três categorias, o município do Litoral Oeste figura na lista apenas pela produção do coco.

Quando o olhar se volta para a produção de cera de carnaúba, é o município de Itarema (33,8%) o que figura com a maior parcela de exportações para os Estados Unidos em 2025. De toda a exportação do produto, até junho de 2025, 19% tinham como destino os Estados Unidos, totalizando US$ 11,2 milhões.

Já no setor de pescados, além de Fortaleza, representando 40,4% das exportações, Camocim é o segundo município mais impactado, concentrando 27,8% da pauta exportadora da categoria em 2025.

Neste primeiro semestre, 49% das exportações cearenses de pescados tinham como destino os Estados Unidos, totalizando US$ 22,5 milhões.

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