NOVA YORK (AP) — Raul Malo, o tenor de voz marcante e vocalista da banda The Mavericks, vencedora do Grammy e que desafiou os gêneros musicais, faleceu. Ele tinha 60 anos.
Malo faleceu na noite de segunda-feira (8), conforme publicado por sua esposa, Betty Malo, em sua página no Facebook. Ele lutava contra um câncer. O vocalista da banda The Mavericks vinha documentando sua jornada de saúde nas redes sociais desde que revelou, em junho de 2024, que estava em tratamento contra um câncer de cólon.
Em setembro de 2025, Malo anunciou no Instagram que estava lutando contra a LMD, ou doença leptomeníngea, uma complicação rara que ocorre quando o câncer se espalha para as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal.
O diagnóstico obrigou os Mavericks a cancelarem os shows com Dwight Yoakam no meio de uma turnê conjunta. Malo saiu de sua casa em Nashville, Tennessee, para buscar tratamento em Houston, mantendo seus fãs informados sobre sua jornada de saúde.
“Ele foi chamado para mais uma missão — desta vez no céu — e está voando alto como uma águia”, escreveu Betty Malo. “Ninguém personificou a vida e o amor, a alegria e a paixão, a família, os amigos, a música e a aventura como o nosso amado Raul. Agora ele olhará para nós com tudo o que o céu permitir, iluminando o caminho e nos lembrando de saborear cada momento.”
A banda de Malo elogiou seu profundo compromisso com a “preservação do repertório musical americano multilíngue” e sua firme defesa da “educação musical como inspiração para todas as crianças nos Estados Unidos e em todo o mundo”.
Nascido Raul Francisco Martínez-Malo Jr. em Miami, filho de pais cubanos, ele cofundou o The Mavericks em 1989 com o baterista Paul Deakin e o baixista Robert Reynolds. Seu álbum de estreia, autointitulado, foi lançado no ano seguinte pela gravadora independente Y&T Music, sediada em Miami.
Alguns chamam a banda de alt-country. Outros a descrevem como Americana, roots, latina, tejana ou swing. É tudo isso e muito mais, impulsionada por canções escritas por Malo, seu estilo expansivo de guitarra e sua ampla extensão vocal, de um barítono aveludado e potente a notas altas operísticas.
Sua habilidade musical estava na mistura, incorporando também rock, country tradicional e surf music. No início da carreira em Miami, The Mavericks tocavam em clubes de punk e rock para divulgar seu som.
“Cresci em uma casa onde ouvíamos todos os tipos de música”, disse Malo em uma entrevista à NPR em 2020. “Lembro-me que era uma celebração de todas essas culturas.”
Naquela época, The Mavericks acabavam de lançar um álbum totalmente em espanhol, “En Español”, com canções originais e clássicos da música latino-americana. Em 2002, Malo lançou um álbum infantil também totalmente em espanhol, “el Cancionero de la Familia Volume 1”, com participações vocais de sua irmã, Carol, sua esposa, Betty, e sua mãe, Norma, além de outros convidados.
A banda passou por diversas formações ao longo dos anos, com a entrada e saída de alguns membros. Os Mavericks também se separaram algumas vezes. Malo lançou cerca de uma dúzia de álbuns solo e projetos de colaboração, incluindo o instrumental “Say Less”, “You’re Only Lonely” e “Sinners & Saints”.
Os Mavericks lançaram seu 13º álbum de estúdio, “Moon & Stars”, em 2024. Entre esse álbum e o de estreia, a banda recebeu um Grammy, dois prêmios da Country Music Association e três prêmios da Academy of Country Music.
Raul possui um prêmio BMI de composição pela música “All You Ever Do Is Bring Me Down” e foi indicado a vários Grammys solo, incluindo um pelo seu álbum “Lucky One” e outro pelo seu trabalho com o supergrupo latino “Los Super Seven”.
Ele deixa a esposa Betty, com quem foi casado por 34 anos; os filhos Dino, Victor e Max; a mãe Norma; a irmã Carol; e os companheiros de banda dos Mavericks, Paul Deakin, Eddie Perez e Jerry Dale McFadden.
