“Pisando firme sem medir nenhum segredo/ Participando sem medo de ser mulher / Pra mudar a sociedade do jeito que a gente quer/ Participando sem medo de ser mulher”. O canto da professora aposentada Maria do Socorro Fernandes de Castro, de 58 anos, se amplia em cada uma das pessoas que fazem parte das 160 famílias da Comunidade Quilombola da Serra do Evaristo, em Baturité, no Ceará. Na firmeza do timbre e da palavra viva, Socorro carrega ancestralidade, religiosidade e coragem, preenchendo as veredas, casas e existências de um lugar que tem muito orgulho da história vivida e compartilhada.
“Sou nascida e criada nesse Quilombo, casada e mãe de três filhas. Para mim, a mulher quilombola representa a luta, a resistência, essa alegria que a gente tem de viver. E também preserva a memória, os costumes, os saberes”, define.