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Grendene registra R$ 143,6 mi no 2º tri e observa efeito de tarifaço

A venda de calçados entre abril e junho teve crescimento de 1,2%, atingindo 27 milhões de pares vendidos, sendo 22,9 milhões para o mercado interno e 4,1 milhões em exportações

por gazetalitoranea.com.br
27 visualizações João Victor Dummar/O POVO
Grendene registra R$ 143,6 mi no 2º tri e observa efeito de tarifaço

A Grendene (GRND3) anunciou nesta quinta-feira, 7, o balanço oficial do 2º trimestre de 2025. No relatório, a indústria calçadista apresentou um resultado líquido de R$ 143,6 milhões, trazendo uma variação de 244,7% em comparação ao mesmo período de 2024, quando teve resultado líquido de R$ 41,6 milhões. Além disso, a empresa mira alternativas ante o tarifaço de Donald Trump em 50% sobre os produtos brasileiros que entram nos Estados Unidos.

Os números de receita líquida também mostraram crescimento de 15,6%, chegando a R$ 555,3 milhões no recorte.

Segundo o diretor financeiro e de relações com investidores da Grendene, Alceu Albuquerque, a empresa apresentou resultados positivos mesmo com as incertezas e inseguranças trazidas pelo cenário mundial.

Dentro do contexto nacional,  a inflação e os juros altos impactam diretamente no poder de compra da população, segurando o “apetite de compra” dos consumidores.

O número de pares vendidos teve aumento de 1,2% no trimestre. Ao todo, a empresa vendeu 27 milhões de pares de abril a junho, sendo 22,9 milhões encaminhados para o mercado interno e 4,1 milhões para o exterior.

A indústria calçadista no seu portfólio marcas como a Grendha, Zaxy, Ipanema, Grendene Kids, Rider, Cartago, Pega Forte e Melissa.

Olhando separadamente para as marcas, destaque para a Melissa, que teve uma alta de 28,9% de receita bruta, e avanço de 5,3% no volume de vendas. O crescimento foi impulsionado, em grande parte, pela campanha de Dia das Mães e Dia dos Namorados, aponta o relatório.

Além da marca mais forte, produtos da Grendene Kids e Ipanema contribuíram para impulsionar o resultado no trimestre.

“Tanto as vendas para o mercado interno como para o mercado externo crescem, mas especialmente do mercado externo, onde a gente tem um crescimento de 88% da receita bruta e do mercado interno cresce 13%. A receita bruta total, ela cresce 25,1%, mesmo com um crescimento ou uma certa estabilidade do volume de pares embarcados”, acrescentou.

A receita bruta cresceu acima do volume de vendas por conta de fatores como reajuste praticado no início do ano, além da apresentação de produtos com maior valor agregado e o câmbio diferente, contou o diretor.

Outro fator que influenciou os números foi a matéria-prima, sendo calculado com um valor mais caro pelo aumento do frete internacional.

“Foi um trimestre difícil, tanto para o mercado interno, como para o mercado externo, a gente viu queda no volume para as exportações, mas mesmo com essa queda do volume, nós conseguimos crescer a receita da exportação”, concluiu.

A empresa possui quatro fábricas, entre o Ceará e o Rio Grande do Sul, tendo capacidade para produzir 250 milhões de pares por ano. As marcas atingem até 65 mil pontos de vendas pelo Brasil e mais 45 mil no exterior, distribuído entre os 70 países que ela entrega.

O Ebitda (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) chegou a R$ 71 milhões, tendo um crescimento de 66,1% em comparação ao mesmo período de 2024, que era de R$ 42,7 milhões.

Grendene estuda alternativas e espera acordo entre governos sobre tarifaço dos EUA

Dentro do cenário global, com as taxações impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump, a Grendene espera que negociações entre governos avancem e, ao menos, reduzam a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.

Ainda que as exportações para o mercado dos EUA representem 4% das vendas internacionais totais da empresa, Alceu conta que as altas taxas praticadas podem inviabilizar a comercialização, tornando os produtos menos competitivos no mercado.

Para tentar driblar as taxas, a empresa busca reajustar os valores de produtos enviados para os EUA, dando descontos para os distribuidores.

A medida busca, ao menos, mitigar os impactos que o tarifaço tem nos produtos. Mesmo com os descontos, os itens ainda ficam mais caros que o mercado, fazendo com que percam competitividade.

“A gente vê que o nosso produto perde competitividade. Então estamos em modo de espera, aguardando evolução das negociações na expectativa que essa tarifa seja reduzida ou eliminada”, contou.

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