A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) tem ampliado as ações de combate a fraudes e ligações clandestinas nos 152 municípios onde opera. Entre 2021 e 2025, aproximadamente 30 mil imóveis foram identificados utilizando a rede de abastecimento de forma irregular e, posteriormente, regularizados. Com isso, mais de 16 milhões de metros cúbicos (m³) de água desviada ilegalmente foram recuperados.
Somente em 2025, em parceria com a Ambiental Ceará, já foram realizadas cerca de 500 mil vistorias em imóveis de todo o estado. Destas, 11% apresentaram algum tipo de irregularidade. Atualmente, o volume de água perdido devido ao uso indevido chega a 55 milhões de m³ por ano — o equivalente a 13% de toda a água disponibilizada para comercialização pela companhia.
O furto de água, considerado crime social e ambiental, traz prejuízos diretos à população. Retiradas não autorizadas da rede reduzem a pressão do sistema, comprometem o fornecimento regular e elevam o risco de contaminação. Ligações improvisadas também podem comprometer a qualidade da água, favorecendo a disseminação de doenças como cólera e hepatite.
A falta de medição adequada e o uso de instalações irregulares ainda provocam vazamentos e ampliam o desperdício de um recurso natural cada vez mais limitado. Para a gerente de Combate às Perdas de Água da Cagece, Isabel Freitas, o trabalho da companhia segue pautado na transparência e na participação da sociedade. “Nosso compromisso é garantir que a água chegue a todos de forma segura e contínua. Quando ocorre uma ligação clandestina, o prejuízo não é apenas para a rede, mas para toda a comunidade. Por isso, temos intensificado nossas ações em todo o estado, unindo fiscalização, tecnologia e educação para combater essas práticas ilegais”, afirmou.
Nos últimos três anos, a Cagece destinou cerca de R$ 133 milhões às ações de combate às perdas, com foco na implantação dos Distritos de Medição e Controle (DMCs). Esses sistemas permitem monitorar níveis de pressão e reduzir vazamentos. Paralelamente, equipes especializadas atuam diariamente com tecnologias de detecção precoce, garantindo o reparo de 75% das ocorrências em menos de 24 horas. A modernização das redes com materiais mais resistentes também reforça a infraestrutura, reduz rupturas e torna o abastecimento mais eficiente em todo o estado.
