O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), esteve em Brasília nesta sexta-feira (1º) para uma nova rodada de articulações contra o tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Essa é a segunda visita do governador à capital federal em menos de um mês para tratar do tema.
A reunião ocorreu a portas fechadas. Na saída, Elmano declarou à imprensa que, durante o encontro com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou propostas para proteger setores exportadores cearenses que podem ser afetados pelas novas tarifas, previstas para entrar em vigor no próximo dia 7 de agosto.
Na reunião anterior, Elmano se reuniu com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Agora, a pauta foi levada diretamente ao Ministério da Fazenda.
Durante a conversa, o governador destacou que mais da metade das exportações do Ceará são de aço, setor que ficou de fora da taxação. Mesmo assim, ele alertou para os riscos em outros segmentos.
“Temos áreas muito importantes para o Ceará, que envolvem um grande número de trabalhadores. É o caso do pescado, da fruticultura, da cera de carnaúba e da castanha de caju, que até agora ainda não sabemos se estão ou não incluídas no tarifaço”, afirmou.
Segundo Elmano, o Estado sugeriu mudanças legais que possibilitem ações emergenciais de apoio às empresas, como a compra de parte da produção afetada por meio de programas de alimentação escolar e institucional.
“Trouxemos a possibilidade de aquisição, seja pelo governo do Ceará ou pelos municípios, de produtos que hoje são exportados para os Estados Unidos. O ministro recebeu a sugestão com muito bom grado”, disse.
Essa informação já havia sido antecipada pelo governador na quinta-feira (31). A proposta é que as medidas sejam construídas em parceria com a União. Para isso, representantes do governo estadual e do Ministério da Fazenda devem elaborar juntos um projeto de lei que viabilize essas aquisições.
“Saímos muito animados e com a expectativa de que as medidas sejam acolhidas”, concluiu o governador.
Participaram da reunião, pelo Ministério da Fazenda, o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello; o subsecretário da Dívida Pública, Daniel Leal; e o coordenador-geral da COTED, Paulo Marques. Pelo governo do Ceará, estiveram presentes o chefe de Gabinete do Governador, Gabriel Rochinha; o secretário da Fazenda, Fabrizio Gomes; e o procurador-geral do Estado, Rafael Machado.