SEUL, 31 de julho (Reuters) – Os ministros sul-coreanos encarregados de negociar um acordo comercial de última hora com o presidente dos EUA, Donald Trump, disseram que, para se preparar, eles fizeram encenações e solicitaram dicas para se envolver com o líder imprevisível.
Entre os conselhos que receberam? Chamem Trump de “grande pessoa” e falem da forma mais simples possível, disse o Ministro da Indústria, Kim Jung-kwan, a repórteres em Washington após o anúncio do acordo na quarta-feira.
Os riscos eram particularmente altos para a Coreia do Sul, uma grande economia voltada para a exportação, e Kim e outros membros da delegação estão no cargo há apenas algumas semanas, depois que o presidente Lee Jae Myung venceu uma eleição antecipada em junho.
Kim chamou Trump de “mestre das negociações” e disse que cada membro da equipe, que incluía o Ministro das Finanças, Koo Yun-cheol, e o Ministro do Comércio, Yeo Han-koo, se revezaram interpretando o papel do presidente dos EUA para se preparar.
“Tentamos falar como o Presidente Trump, e a maneira como o Presidente Trump fala é muito concisa e direta”, disse Kim. “Preparamos muitos cenários por conta própria sobre como responder a esta ou aquela pergunta.”
Koo disse que a equipe só teve certeza de que se encontraria com Trump quando viu a informação nas redes sociais.
A reunião em si durou cerca de meia hora e os dois lados discutiram sobre o valor do fundo de investimento, que acabou sendo definido em US$ 350 bilhões, disse Koo.
“Reunimos muitas estratégias de negociação usadas por nossos colegas com antecedência e pensamos muito sobre como responder, então a negociação foi muito tranquila”, disse ele.
Yeo citou Trump dizendo que seu envolvimento pessoal é raro em negociações com autoridades que não são chefes de Estado, e quer dizer que “ele respeita muito a Coreia do Sul e atribui grande importância à Coreia do Sul”.
Anteriormente nas negociações, os EUA pressionaram a Coreia do Sul a suspender as restrições às importações derivadas de gado com mais de 30 meses, mas Yeo ajudou a amenizar a situação ao mostrar aos americanos uma foto de grandes protestos ocorridos anos atrás devido a preocupações com a doença da vaca louca.
“Acho que isso os ajudou a entender a situação na Coreia”, disse Kim.