Uma comitiva formada por empresários cearenses e liderada pelo governador Elmano de Freitas (PT) deve se reunir, na próxima terça-feira (29), às 9 horas, com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), em Brasília. A principal pauta do encontro é a negociação de medidas para reduzir o impacto da tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros.
O petista comandou, neste sábado (26), uma reunião com todo o secretariado e comentou sobre as tratativas com o setor empresarial. A sobretaxa passa a valer a partir do dia 1º de agosto.
“Estamos reunidos permanentemente. Ontem (sexta-feira, 25) mesmo eu voltei a ter reunião com o presidente da Fiec (Ricardo Cavalcante), e estamos discutindo medidas. Adianto para vocês que essas medidas estão sendo negociadas, nós só podemos falar delas publicamente quanto estiverem devidamente negociadas com os empresários, e parte delas tem a ver com negociações com o Governo Federal”, comentou o governador.
Além de Elmano e do presidente da Fiec, a comitiva deve contar ainda com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), José Amilcar de Araujo Silveira, além de outros nomes de diversos setores econômicos do Ceará.
“É para que o vice-presidente possa escutar o governador, o presidente da Fiec e da Faec, mas também ouvir diretamente os empresários cearenses. Nós estamos juntos para buscar superar esses desafios”
Tarifaço
Conforme mostrou o Diário do Nordeste, O Ceará deve ser o estado mais impactado pelo tarifaço de Trump. Dados do Comex Stat, plataforma do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), mostram que 52,2% das exportações do Ceará tiveram como destino os Estados Unidos. O volume de comercialização dos produtos cearense representou 557 milhões de dólares. Desse total, os setores de siderurgia e de calçados representam as maiores fatias.
No ranking de quantidade exportada para os Estados Unidos, depois do Ceará, aparecem os estados do Espírito Santo (33,9%), Sergipe (31,4%) e São Paulo (19,5%). Já na outra ponta da tabela, estão os estados de Roraima (0,56%), Mato Grosso (1,13%) e Acre (1,25%).